Suas formas são simples, volumosas, se adaptam ao corpo. E por isso, é chamado de “traje do vento”. O hanbok, vestimenta tradicional da Coreia, é um dos destaques da exposição “Moda coreana - arte e tradição”, em cartaz no Museu da Casa Brasileira, São Paulo. A mostra, que comemora 50 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e a Coreia do Sul, traz 50 peças de 46 estilistas contemporâneos.
O hanbok é usado por homens e mulheres, em diferentes versões. “O feminino tem uma saia presa na altura do peito, uma jaqueta curta e duas fitas, presas por um nó”, explica Serena Park, consultora do consulado da Coreia. “Os homens usam calça, uma jaqueta longa, chapéus e cintos”, diz. A estilista Kim Hye-soon, por exemplo, pesquisa e recria estas roupas. Já Kim Hye-kyungm, “busca os estilos mais naturais nas linhas mais simples, organizadas e inocentes da cultura coreana”.
Os países orientais têm culturas bem diferentes entre si. Por isso, a roupa da Coreia, apesar de algumas semelhanças, não é igual a do Japão e a da China. Apesar disso, há semelhanças históricas. “Depois da guerra da Coreia (de 1950 a 1953), houve uma rápida industrialização e o hanbok não se mostrou apropriado para o uso no dia a dia. Foi então que a moda ocidental chegou”, conta. “Até que começaram a surgir estilistas que queriam manter traços de tradição. Algo que revelasse a Coreia: algum toque, alguma cor, um sentimento”, diz.“Minha semelhança com minha avó e mãe vai muito além de nossos rostos. Como mulheres coreanas, nós dividimos a beleza da Coreia através das gerações. Eu espero representar isto na arte da moda”, diz a Choi Hyun-sook, estilista e curadora da exposição.