As mesquinharias de Clarice

segunda-feira, 23 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:52

Clarice era maldita, escolhia as palavras como troca de roupa.
Vivia perambulando no meio das folhas de Outono.
Há semanas ela prometia que iria começar a embrulhar os presentes, ela queria alguém velho pra ajudar, alguém que tenha experiência, quem sabe assim ele não poderia a ensinar.
Ela respirava fundo e não sabia dar o laço. Então veio vindo um moço, devagarzinho, sem querer atrapalhar, tomando cuidado aonde pisava.
Era José, o menino que embala presentes, tinha mais o menos uns 15 anos.
Era alto, magro e bonito. Vestia uma meia branca até os joelhos e tinha os olhos esperançosos. Brilhantes, um par de jabuticabas pretas.
Ficou lá observando a dificuldade da menina pra dar um laço, deu riso meio torto que fez o coração pular... Sem perceber deixou cair uma caixa avermelhada que tinha uns embrulhos e laços. Apanhou depressa, mais não o suficiente para que a menina não percebesse a bagunça.
Logo, logo ela se levantou e andou depressa até o embalador. Perguntou o que ele estaria fazendo por lá, o menino não deu a mínima pra Clarice, não queria compra um briga...
Ela era um pouco ranzinha, minada e cruel. Vivia rindo da dor dos outros, sem ninguém saber que ela tinha um segredo, confidencial e nem eu sei qual é.
Ela guardava uma magoa e quando tocávamos nesse assunto logo logo se desfazia dele.
Era curioso, aguçava certa aflição em José de ver a menina daquele modo, logo ele que cresceu com ela e não sabia do tal segredo.
As folhas de Outono não paravam quietas, como se fosse um tormento na mente de Sté,
era irmã de Clarice...Uma menina doce, tinha medo da vida, tinha desistido de amar, queria sumir.
Foi a partir daí que José começou a perceber que talvez o segredo da minada menina Clarice fosse sobre sua irmã.
A menina tinha sofrido uma perda quando criança, uma perda imperdoável e insubstituível... De uma amiga, as duas eram feito unha e carne, uma só. Viviam rindo, brincando e fazendo uma debocha saudável dos outros. Alice era o nome dela, alta com cabelos pretos, feito carvão...

Sem saber por que, não tinha data marcada Alice foi embora, na madrugada de sábado de 1982, não deixou carta, só um bilhete que dizia:

Fui por você ter me marcado com uma magoa em meu peito.
Cuide-se,
Alice.


Era manhã de sábado, Clarice acordou toda animada, pois era festa da vila... Foi acordar sua querida amiga. Não a encontrou, leu o bilhete e desabou, sentiu um aperto no peito inexplicável. Não sabia o que fazer se corria ou fica por lá. Decidiu correr, passou por José e Sté.
Eles sem saber o porquê de tanta correria continuaram andando. Sté pensou, talvez seja felicidade demais por causa da festa. O embalador e sua irmã não perceberam a mágoa escorrer nos olhos de Clarice.
A menina foi parar no final da cidade, onde passou um bom tempo na esperança de sua amiga voltar.
Anoiteceu e data a largada da festa. Balões, palhaços e barraquinhas estavam por lá...

Sté estava grudada em José ainda, não deram falta da menina minada, tinham que cuidar da festa, a noite estava adorável!

Horas e horas, dias e dias se passaram, que por fim Sté deu falta de sua irmã. Foi atrás, tentando seguir o menos caminho que ela percorreu.
José morava pelas aquelas bandas, Clarice se escondeu bem quietinha para que ele não a visse.
A menina que tinha medo da vida encontro José e conversou...
Sté disse a José que estaria indo embora da cidade, não agüentava mais a molecagens de Clarice e infelicidade dela quando sua irmã estava feliz.
Disse também que tinha medo do amor e mais medo ainda dos olhos cegos dele.
Pediu para o menino robusto tomar conta de Clarice e ajudasse ela no que fosse preciso.
Clarice imediatamente saiu aos berros, jogou na cara de Sté o que Alice fez a ela, disse também que estava muito triste com a decisão dela...
A menina pensou: - Se você é minha irmã tem o dever de aturar tudo que venha de mim, seja lá boa ou ruim...

Sté ficou sem reação e com um grande peso na consciência, decidiu ficar, suportar os olhos cegos de José e as mesquinharias de Clarice.


Clarice disse a ela mesma:

-Desculpe-me se fui mesquinha, só não quero mais um buraco mais profundo ainda dentro de mim. Foi à forma que encontrei de não te perder.

The Christmas Presents

domingo, 22 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 17:59
This story of two young people who were very much in love…

The Christmas Presents

December 24 th

It was a day before Christmas and I needed a present for my baby.
I didn’t have money, but t wanted to buy to him something really cool, that could show how much I loved him.
I had only one dollar and eighty-seven cents to buy him a present, of course it wasn’t enough, but sufficient to show mu love. I wanted something simple and significative.

I’m starting today a diary, but I didn’t introduce myself…

I’m Della, I live in New York in poor little room with my husband, Jim…

Tomorrow I going shopping, I want to go to “Madame Eloise-Hair” and show a present of Christmas for my baby.

Well, I have to go to bed now… Tomorrow I come back.

Good Night.



Esse é o começo de um diário de um dia do livro New Yorkers- Short Stories.

Falta que a falta faz

sábado, 21 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:58

Hei de achar o que me inspira.
Talvez seja apenas uma fase ruim, onde não há nada a se dizer.
Calada no meu silêncio e cega diante do papel e caneta.
Conto um, dois e três… Respiro profundamente e nada saí.
Desisto e saio andando com as mãos abanando.
Isso me magoa e me faz um falta explícita.
Eu não sei o quero…
Aceitar ou não?
Amar ou não?
Triste ou feliz?
Conto ou poesia?
Teatro ou filme?
Viver ou não?

Fecho-me a partir de agora.

Ore por mim

Postado por Luiza Drumond às 09:33

Príncipe da filosofia, homem prazeroso cale-me com o doce som do seu piano, tirai-me essa dor que me sufoca e me mata. Ore por mim, proteja-me, é meu anjo da guarda agora. Tem essa missão e deve cumpri-la. Veja, prometo amar-te e respeitar-te... Agora me prometa que nunca, nunca mesmo, mesmo que eu tenha que dar meu último passo até você que não me deixará.

Atendei-me e confortai-me...

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso Reino.
Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu...”

Amém.

Dor dos outros

segunda-feira, 2 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:28

Minhas palavras estão escondidas no silêncio do seu tormento.
Dêem-me elas para escrevê-las e aliviar seu tormento.
Estampe um sorriso largo nesse seu rosto delicado.
Sinta a luz do sol tocar na sua alma, desenhe no seu caderno o seu velho.
Sinta o cheiro das flores e arranque uma pétala, a guarde e dê para alguém que sofra do mesmo que você sofre.
Depois pegue ela de novo, rasgue e jogue fora esse sofrimento que eu sei que é seu tormento.
Alivie a dor de sua amada, dê seu anel para ela e pegue de volta as suas palavras.

Montando um novo mundo

domingo, 1 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 13:45
Hoje acordou tudo diferente;
O sol dependurado na cabeça do galo.
O galo cantou o hino nacional ao ver o sol nascer.
O céu era rosa, trazia uma mensagem:
Hoje é o começo do mundo! Vamos! Vamos!
Ajude-nos a colocar o sol no lugar, mais antes pintem o céu de azul... As nuvens as Marias estão fazendo, esperem, só mais um pouco.
Senhora galinha ensine o seu marido a cantar cocoricó!
Não precisamos de muitas pessoas, quero só Adão e Eva. Onde estão eles?!

Está tudo diferente, mas está tudo com paz, olhe o sol como ri torto para mim, um doce!
Olhem! Olhem! O galo que afinação, logo logo estará cantando no palácio...
Olha as nuvens, vejo um rosto de uma pessoa idosa nelas, que perfeição!
E Adão e Eva, que graciosos juntos, deveríamos tirar uma fotografia deles juntos! Ah, esqueci-me, nessa época ainda não tem maquinas, mas sabe eu até gosto do mundo desse jeito “humano”, o antigo que acabou há um século, estava cheio demais.

Obrigada a todos, voltaremos amanhã para fazermos tudo novamente, não se esqueçam que o sol tem um caso com o galo e que devemos colocar ele todos os dias no seu devido lugar, para que sua esposa, a galinha não se desconfie de nada!

"Mesmo que este acabe, tenho esperança que outro surgirá. "