Feito Cinderela

domingo, 27 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 19:33

Escreva-me uma canção de amor.
Como nos velhos tempos,
vou te levar num submarino e vou cantar no seu ouvido.
Uma colher de chá e dois pra cá e dois pra lá.
Feito Cinderela irei largar meu sapatinho e seu fino vinho tinto.
Desapegar-me das coisas fúteis.
Apegar-me das coisas mais simples.
Como o sol beija o mar e a mãe ama o filho, irei fazer o mesmo.
Mesmo que pra isso eu tenha que tocar no seu mais profundo laço intimo.

Espaço empresário

sábado, 26 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 18:15

Peguem as malas e tirem as mágoas.
O dia lá fora está lindo, vamos meu amigo
Arranque logo essas mágoas, desse jeito seu dia irá passar em branco.
Coloque logo um sorriso nesse rosto, irá combinar com seu olho.
Para ser grande, coloque o peito a frente, erga seu rosto e diga:- Vamos em frente.
Tire esse paletó, coloque uma bermuda, está muito sério, está com cara de empresa, com cara de quem trabalhou o dia inteiro e não aprontou nem uma proeza.

João, Maria e seu irmão

sexta-feira, 25 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 08:01

Hoje ensaiei meus sorrisos de ocasiões.
Ensaie uma peça também
cujo o principal chamava-se João.
João e Maria formam um belo casal, não?!
Meu coração vagabundo quer guardar o mundo,
pode ser em um bolso ou até mesmo na canção.
Quer contar histórias, mais não tem papel e muito menos uma caneta em mãos.
Quer contar lendas sem explicações.
Talvez do Saci, mais não entendo como o menino anda sem uma das pernas,
talvez seja magia ou não. Ou talvez seja apenas parte de sua imaginação.
Quero escrever linhas bonitas naquele caderno de veludo e também quero usar aquela caneta que está na esquerda.
Vou pegar a vitrola e vou gritar no seu ouvido, tocar no seu intimo e desenhar no seu
antebraço seu inimigo.
Você vai bater na porta e antes que você entre eu vou te dar um aperto de mãos e antes de você ir embora vou contar minhas verdades e coisas sobre meu cão.
Vou te dar um beijo na testa com o símbolo de paz com a mensagem de não.
Acredite se quiser vou fazer o papel de irmão e ele irá chama João e terá uma noiva chamada Maria, que tem o coração vagabundo e que guarda o mundo de uma forma mais linda que eu sempre quis te dar, mais você sempre dizia não e tchau irmão.

O criador - Semíramis Paterno

domingo, 20 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:45
(Ilustrações por Luiza- 3º período- Escola Girassol )
Em respeito á vida
Deus criou o sol
Deus criou as montanhas
Criou os animais
Ele criou as plantas
E os rios e os peixes
E o céu e as plantas
Criou o arco-íris
Fez o homem
O homem construiu cidades
Fez carros e fábricas
Mas o homem derrubou as árvores
Poluiu os rios e mares
O homem se sentiu mal
Ele se arrependeu e cuidou da natureza
E Deus o perdoou



Cobra cascavel

sábado, 19 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:36

Como vocês podem ver, sou ruiva, cheia de sardas escuras, tenho olhos azuis e um único amor. Gosto de ler, mais odeio dizer.
- Mais minha filha, dizer o que?
Um silêncio enorme se passa na sala.
- Ei! Estou falando com você!
Um olhar profundo se passava entre as duas. Uma mensagem se passa neste olhar, de guerra ou paz. Mais, o que é paz? E guerra? Eu não sei. O mundo não sorri mais? O que aconteceu durante esses 200 anos?
Estou perdida, não sei o que fazer, o sol está me queimando e a sede me dominando. Não há chuvas desde 2015 e já estamos em 3001, tenho apenas 21 e uma imaginação de sonhos encabáveis e inacreditáveis.
Mais pra que ter sonhos? Nem eu sei quem eu sou. Só sei que sou ruiva com sardas escuras e sei fazer rimas nas entrelinhas. È como se fosse um rap sem a batida.
Minha pele é rachada, mais meus olhos são azuis, posso ser uma modelo, mais nada muito comum, quero um vinho tinto em uma taça azul.
Posso ser multifunções, mais só sei dizer não. Meu caderno está todo escrito, deu até um livro, cheio de rimas e rabiscos. Não sei como terminá-lo, não tem título, só uma capa vinho.
Queria ter um filho, mais nem construí minha própria vida. Tenho só um cachorro, mais mesmo assim está quase morto. Ele é vermelho com bolinhas pretas, parece uma joaninha, cabe até na minha bolsinha.
Tenho pouco tempo, mais suficiente pra dizer como amo. Não demonstro afeto, sou fria e sempre digo que amo. Está muito calor e estou transpirando, acho que vou tomar um bom banho, não posso, tenho que ter água até o final do ano. Estou com fome, mais não tem comida, vou morrer de fome meu Deus! Ai meu Deus! Estou tonta, está tudo rodando, tem algo gelado me enrolando. Está fazendo um barulho estranho. Não vejo nada, só ouço um barulho semelhante a uma cobra cascavel.

-Alô?! Alô?!

Três coisas

terça-feira, 15 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:25

Um, dois, três
Dia, noite, madrugada
Segundo, minuto, hora
Flor, pólen, gineceu
Cabeça, fio, cabelo
Sapato, sandália, tênis
Pequeno, grande, médio
Gelado, quente, morno
Manhã, tarde, noite.
Um dia,
em uma bela noite.
Duas horas,
a flor renasceu.
Um fio de cachos dourados,
calçado na sandália,
salto médio.
Dia quente, tarde, vá,
depressa, que lerdeza. Perdeu.
Tempo esgotado.

Achava que não podia ser maguada

segunda-feira, 14 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:47
(Sylvia)


Achava que não podia ser magoada;
achava que com certeza era
imune ao sofrimento —
imune às dores do espírito
ou à agonia.

Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer
pode conter.

Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul
do céu.

(Como é frágil o coração humano —
um latejar, um frêmito —
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora
ou canta.)

Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram
e destruíram

minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firma-
mento.

(Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.)

Luz dos olhos escuros

sábado, 12 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 11:42
Luz dos olhos escuros
brilham na imensidade do mundo
Ódio os guarda
Rosas vermelhas brotam no jardim
Formando o mais belo mar de rosas
As folhas caiem, desenham formas indescritíveis no chão
trazendo uma mensagem de paz para um anão.
O pequeno esquilo
brinca com seu companheiro.
Caçando bem ligeiro um bom cheiro.
De mel puro a pólen. De flor a raiz. Do doce ao amargo.
São dois fãs por par.
Diga o que meus olhos encontraram em você.
São dois fãs, eles querem a quem amar ou
fure-os e diga o que você quer bem devagar.

Dia que os Animais vão ri dos Humanos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:19

Vejo tudo cinza.
As flores, árvores, céus, pedem ajuda ao rei desse mundo cruel.
Os animais já não existem. Nossa espécie está extinta.
O sol está rachando o chão. Já não tem chuvas há meses.
Os humanos estão matando a si mesmo, para ter sobrevivência
O que está em alta agora é a roupa de plástico, todos estão desfilando seminus por aí.
Os humanos têm a cabeça fechada, é preciso pegar uma faca.
E os animais não têm, por isso morreram, não quiseram sofrer, viveram enquanto a vida na Terra era bela.
Agora vá!- Dizia a vaca
Matem-me, me comam, riam de mim, façam piadas. Quem agora vai rir sou eu, seus trouxas, abram seus olhos e matem a si mesmo, antes que sejam abatidos por outros.

Vestido branco

quarta-feira, 9 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:10
Quando encontrar você
sei que vou chorar.
Quero que você enxugue minhas doces lágrimas, com a sua boca.

Arrepiando-me dos pés a cabeça.
Me entregue uma rosa vermelha
junto a um abraço teu quente e aconchegante

Vou vestir um vestido branco
e um colar de três quilates, brilhante diamante
Oh, querido! Cubra-me com uma manta.
Dê-me um bom chocolate quente.
Arranque meus segredos mais fúteis de uma passado, presente e futuro brilhante.

Leia-me, me escreva me desenhe, entre os setes mares.
Seus olhos ainda furarão os meus, pretos, feito duas jabuticabas gigantes.

Oh meu amor! Dance comigo essa noite,
cante pra mim com uma vitrola berrante, coisas sobre seu mundo brilhante.
Verdades tão verdadeiras.
Serei seu veneno mais viciante, tua menina,
mesmo que nós estejamos distantes.

Quelqu'un M'a Dit

segunda-feira, 7 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 12:44
"On me dit que nos vies ne valent pas grand-chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses,
On me dit que le temps qui glisse est un salaud,
Et que de nos tristesses il s'en fait des manteaux.

Pourtant quelqu'un m'a dit..."


"Falam que nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em um momento, como murcham as rosas
Falam que o tempo é um bastardo
Que nossas tristezas são aparência
No entanto alguém me disse..."



Pequena Cidadã

quinta-feira, 3 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:16

A lua hoje está linda, cheia, brilhante
entre a grande constelação e a estrela mais distante.

As estrelas desenham um lindo poema
na grande escuridão, querendo dizer o que é bom.

O papel já amassado guarda roteiro de um velho desenho animado
Que foi amassado, rasgado, por um personagem mal-acabado e solitário

As velas, já acesas, simbolizam a guerra.
Entre Gregos e Troianos, vencida por um
maldito Americano bebendo um bom vinho Italiano.

A foto 3x4 foi rasgada, pois estava assustando
os Troianos, destruídos pelos malditos Americanos,
que agora estão brindando com um copo gordo, gelo, Whisky Americano

O mundo já não é perfeito, os humanos
estão matando, a crise dominou, a felicidade
é infeliz e o humano ainda não acordou.