O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.)
Velocidade dos ventos
E se os ventos parassem de ventar?
Se as folhas parassem de cair?
E os frutos de se reproduzir?
Se as flores fossem arrancadas?
Será que minha vida ficaria mais
Cheia ou vazia?
E as amizades iriam se varias
Com a velocidade dos ventos?
Mais rápido teria mais emoção
E felicidade?
Mais lento teria mais brigas
E tristezas?
É. Prefiro ficar assim, quieta.
Deixe o vento responder.
E se os ventos parassem de ventar?
Se as folhas parassem de cair?
E os frutos de se reproduzir?
Se as flores fossem arrancadas?
Será que minha vida ficaria mais
Cheia ou vazia?
E as amizades iriam se varias
Com a velocidade dos ventos?
Mais rápido teria mais emoção
E felicidade?
Mais lento teria mais brigas
E tristezas?
É. Prefiro ficar assim, quieta.
Deixe o vento responder.
(L.D.)