Arquivando

terça-feira, 6 de março de 2012 - Postado por Luiza Drumond às 16:45

Eu estou deprimida sobre tudo e acima de tudo, querendo fugir, Não sei, cá estou forçando-me a me colocar pra fora, cá estou ouvindo a canção predileta e pensando na pessoa certa. Não quero rimas, nem floreios, quero algo que me faça sentir, que me deixe cansada, algo que sugue minhas energias e as reponha no piscar dos olhos. Aqui é um lugar novo, um lugar na qual eu me escrevo pela primeira vez, junto aos pés cansados e olhos tristonhos, tenho um copo vazio e solitário, tenho luzes piscando e um relógio tiquetaqueando, tenho acima de tudo, um vazio. Decidi escrever sem pensar, sem pensar que essas linhas poderiam ir parar em algum lugar, onde terceiros leriam e quem sabe falariam o que tudo aqui lhe transpareceu. Eu tô procurando uma trilha sonora, algo que me faça esvair-me, algo que me faça fluída e clara, algo que talvez fosse minha tradução simultânea. O exercício funciona, a mente também, já faz algumas linhas e eu ainda não paro de pensar na possibilidade de terceiros me lendo. Que tipo de seria? Um drama? Suspense ou terror? Hoje minha irmã me disse que sentira uma vontade de fugir, de sair correndo, e eu jurando não saber por que, perguntei qual seria o motivo. Que ironia, sinto tantas vontades como essas e nunca sei o motivo real. Talvez eu apenas esteja procurando respostas.
Decidi que sempre puder, espero que seja diariamente, escrever aqui para me guardar, para quando a saudade vier vir aqui me ler e me corrigir. Que bom seria se na vida existisse pastas como essa em que eu pudesse abri-la e sempre que quisesse me corrigir, melhorar. Será que meu arquivo seria longo? Bom? Dramático demais ou ruim demais? Meio termo? Ando tão intocável, sinto falta de alguém passando os dedos em meus cabelos, em alguém me dizendo o que quanto bondosa sou (mesmo não sendo tão verdade assim). Sinto em que determinado momento da vida, minha escrita vai parar e que mesmo escrever em arquivos ou praticar a escrita livre como essa, de nada adiantará, sei que em algum momento minha vista cansará, meu cérebro falhará e isso é tão inevitável como a percepção das pessoas sobre mim. Eu não quero me livrar, nem colocar um fim, apenas quero me evitar em alguns momentos, quero entrar em um pensamento onde não há ondas sonoras, onde minha visão seja eternamente turva e assim, descansar em paz e aos poucos, vou me arquivando e me escrevendo...