Queria poder escrever uma viagem, num pequeno avião de papel que gira mais só paira quando não tem mais pressão.
Ele de tanto rodar cansou.
É bonito um olhar, uma paisagem, um pássaro, ele disse.
Lutou contra o vento, mais como se luta contra algo que é concreto?
Ele lutou, mais perdeu, ele fugiu, mais foi arrastado com o que sobrou de um ninho, mais acabou caindo de uma vez só.
Era bonito aquele rodopiar. Era bonita aquela canção que estavam cantando na beira do rio.
Era gigante aquela pipa que quase trombou.
Era a mesma pegada de anos atrás, quando ele relembrou que era ali onde morava, naquele imenso carvalho que foi arrancado.
Ele relembrou como era fácil a vida de um carvalho.
Fotossíntese disse ele, mais nem lembrava mais como a fazia.
As pegadas da vida deixam marcas, lembranças de um passado que não volta mais.
Era legal pensar em uma velha canção onde o piano tocava suavemente uma bela melodia, fugir do que era seguro e descobrir como é viver só.
Um mundo, um olhar na imensidão. Descobrir, se aventurar, e se deliciar com o passado, sem medo de pertencer ao inesperado.
Por: Luís (: