Dilacerando

quinta-feira, 15 de setembro de 2011 - Postado por Luiza Drumond às 13:02



Sensação de grama verde podada aqui dentro, de alma limpa e coração leve. Ando me assumindo, me desmentindo e sendo levada por um ser que posso chamar de “eu.” Por um ser que estava vagando num vagão imaginário de algum trem sem rumo. A cada repartição, a cada encontro e vinda, venho me encontrando e indo a encontro da alma, coração e corpo. Vivo silenciosamente a espera do “eu” que se perde e que sempre se encaixa no “procurar.” Apesar do quebra-cabeça não se encaixar e sempre se dilacerar, o ser vem delicadamente e com cuidados para não ser quebradiço e não perder a postura e nem a força nas pontas dos pés. Vem se forçando em cada gesto, em cada palavra e em cada momento, mas no ponto alto do “ser” descobre que “ser” tanto assim é o abismo pro “eu” que pensa e sente demais e que viver intensamente assim é o precipício para ter motivos para se perder novamente.