E eu segurava o grito entalado em minha garganta, segurava a dor insuportável de guardar uma mente de quem eu realmente era, meus olhos jamais poderiam ser olhados, verdades imploravam para serem contadas através deles. Já era incontrolável a vontade de ter alguém ali, no meu colo ou ao meu lado, um filho ou um amor que eu pudesse olhar e dizer: “Puxa vida, como eu tenho sorte.” Ou saber que alguém, por mais seja pequeno, que sente orgulho de mim e dizer também o quanto eu sou sortuda por saber que alguém sente tal sentimento. E talvez, algum dia, hora, ou ano eu possa acompanhar as ondas do mar sem me preocupar com o que viria depois, sem me preocupar com o que achariam e que isso seja para mim, que eu junte minhas coisas para poder ir a um mundo só meu. E boa sorte, um dia eu serei alguém de pernas, braços, corpo e alma. Humana.
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